quinta-feira, 17 de março de 2011

Incentivo à cultura pela SME.

É com um grande prazer que a nossa equipe agradece à Secretaria Municipal de Educação, na pessoa da Sra. Renata Bozzo Vieira, a aquisição de 300 exemplares do livro: D. Geraldina, baiana ;exemplo de luta,esperança e fé, para serem distribuidos nas escolas, creches e núcleos. Esta obra foi idealizada para as crianças e adolescentes com um propósito muito claro que é: trabalhar o preconceito quanto a etnia e aos idosos, bem como proporcionar personagem positivo real e comum ( fugindo dos modelos padronizados dos hérois, príncipes e princesas).
Contamos que professoras possam aderir a proposta e juntamente com a equipe possamos fazer diferentes projetos sobre o livro.            ( profª Noriko Izumi Kawabat)

"Deus deve ter permitido a sua longevidade para que sua lição de vida possa ser transmitida às futuras gerações, para que a VIDA de muitos possa ser influenciada positivamente por D. GERALDINA, que na sua simplicidade soube conviver e viver, apesar de todos os sofrimentos e lutas, sem perder seu lindo sorriso e o brilho da VIDA em seu olhar."
                                                                               ( trecho do Prefácio) 

Homenagem

Quero escrever sobre o trabalho da educadora Professora Noriko Izumi Kawabata — filha do imigrante japonês Shigehiko Izumi, que chegou ao Brasil em 1930 —, diretora do Núcleo “Prof. Wilson Gonçalves”. Dedicada sempre, tem como ponto forte a valorização da “Cultura Afro”. Junto com o professor Marcelo Furtado, tiveram a ideia de lançar um livro sobre tal assunto, destinado às escolas estaduais e municipais.
Professora Noriko, então, homenageia D. Geraldina Maria da Gloria, de 111 anos, filha de ex-escravos, nascida em Rio Preto-MG, ainda viva e uma das moradoras mais antigas de nossa cidade — que já foi matéria do DEBATE em varias edições, através da competente repórter Thais Balielo.
Geraldina chegou a conhecer o coronel Tonico Lista. Sendo parteira, conheceu o Dr. Pedro Cesar Sampaio, de quem era amiga. Feito o esboço do livro pela professora Kawabata, ainda era preciso um ilustrador para a obra. Na época, eu estava fazendo minha exposição no espaço “Acácio Gonçalves”, até que o professor Furtado, vendo minhas pinturas, me chamou para este trabalho cultural.
Conhecendo pouco sobre D. Geraldina Narciso, sabendo apenas o que estava escrito, então comecei, demorando dois meses para desenhar e colorizar no programa Photoshop (sendo design gráfico. Não sabia muito, na época, como colorir através de layers).
Terminadas as ilustrações, montamos o livro intitulado “D. Geraldina, baiana: exemplo de luta, esperança e fé”. Um mês depois lançamos a obra na “Semana da Consciência Negra”, com a presença de D. Geraldina que, ainda lucida, foi muito homenageada. Este trabalho, que tem a intenção de valorizar e trabalhar a Cultura Afro nas escolas e sociedade, foi muito importante. Afinal, há poucos livros no Brasil sobre tal assunto. Além disso, o preconceito ainda permanece em pleno século 21, pois são poucos os negros homenageados. É, como disse a escritora Noriko Kawabata, ainda bem que a homenageamos ainda viva, pois a maioria das pessoas são homenageadas depois que morrem.
Feito este livro, espero que as crianças e adultos em geral apreciem, sendo a obra vendida por um preço muito acessível e em papel de boa qualidade. Os interessando podem escrever para o e-mail: livrogeraldi-na@gmail.com ou acessar o blog www.livrogeraldina.blogspot.com). Agora resta à equipe inscrever o livro em editais do MEC, para que possa estar, quem sabe, nas escolas de todos os Estado difundido a cultura e ensinado.
Falando de livro, veio a notícia da semana passada de que vários livros de Literatura e Educação em geral foram jogados fora, em empresa de reciclagem. Puxa vida! Que tristeza! E pensar que há “escolas no Nordeste” que nem têm livros, crianças que têm sede de ler e que enfrentam longas estradas ou rios para estudar. Não podemos jogar livros fora, mesmos os mais antigos. Ou os preservamos ou enviamos à Biblioteca Nacional para restauração, já que lá é o lugar que mais se preserva livros. Além do mais, é o dinheiro dos impostos do povo que compram os livros. Só me resta lamentar e cobrar para que isso não aconteça mais.

— João Castelhano Filho, desenhista e pesquisador (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)