EDUCAÇÃO — Noriko Kawabata quis trabalhar personagem comum e fugir do tradicional Zumbi; livro fala de dona Geraldina como parteira e benzedeira
Ao trabalhar a cultura africana, a educadora Noriko Izumi Kawabata, do Centro Educacional do bairro Nagib Queiroz, percebeu que não existem heróis e personagens importantes negros na literatura infantil. Então, resolveu escrever um livro. Mas ela não queria um personagem como Zumbi. Queria alguém comum. Foi quando conheceu Geraldina Narciso, de 110 anos.
A história de “Baiana”, como é conhecida, empolgou Noriko. “Esta heroína não participou de nenhuma guerra, mas viveu uma grande história”, disse. Noriko explicou que quando surgiu a ideia de fazer um livro relacionado à cultura africana já pensava em encontrar uma pessoa anônima. “O objetivo era mostrar que a pessoa comum, levando uma vida honesta, com trabalho e a família, pode ter um destaque”, argumenta.
Noriko lamentou que muitos negros perderam sua identidade. Ela relatou que, em um trabalho na escola, pediu que os alunos desenhassem a si mesmos. “A maioria se desenhou com cabelo liso e pele clara, mesmo os negros”, conta. A educadora lembrou que para realizar um trabalho de resgate de auto-estima é preciso ter modelos.
“São poucas as ocasiões em que um negro é apresentado como personagem principal. As crianças não têm uma referência porque só veem na televisão o estereótipo do cabelo liso, pele branca, muito magro. O obeso, o oriental e o negro saem do padrão. Isso numa criança e adolescente é muito grave”, aponta.
Outro fator que incentivou Noriko a escrever o livro foi uma pesquisa feita entre os professores. “Perguntamos qual o personagem negro que lembravam da época escolar. A maioria respondeu Saci-Pererê e Negrinho do Pastoreiro. Um só faz arte e o outro apanhou até morrer”, lembra.
O livro foi impresso pela editora Viena e editado pela Canal 6. Noriko contou com a colaboração de Antiella Carrijjo Ramos e Cristiane Biazoti. As ilustrações ficaram a cargo de João Catelhano. A Acogelc (Associação Companhia de Ginga, Esporte, Lazer e Cultura) foi quem bancou a ideia. O retorno financeiro deve vir com a venda dos livros.
“Nossa intenção é que o livro seja aplicado com crianças e adolescentes. Esperamos que haja interesse da secretaria da Educação em adquirir. Queremos que esta história surta efeito nos jovens”, afirmou a escritora.
Geraldina utilizou os conhecimentos da mãe (ex-escrava) e atuou como benzedera e parteira. “São profissões que hoje não existem mais. Com esses papeis, ela foi uma líder comunitária. É isso que queríamos mostrar, que a história de uma pessoa anônima também tem voz”, afirmou.
Ilustrações — O artista plástico santa-cruzense João Catelhano foi convocado para fazer os desenhos do livro. Ele conta que concluiu os desenhos em 15 dias. Para colorir, demorou mais dois meses. Castelhano buscou inspiração no texto de Noriko e nas histórias que ouviu de Geraldina para criar as ilustrações.
A história de “Baiana”, como é conhecida, empolgou Noriko. “Esta heroína não participou de nenhuma guerra, mas viveu uma grande história”, disse. Noriko explicou que quando surgiu a ideia de fazer um livro relacionado à cultura africana já pensava em encontrar uma pessoa anônima. “O objetivo era mostrar que a pessoa comum, levando uma vida honesta, com trabalho e a família, pode ter um destaque”, argumenta.
Noriko lamentou que muitos negros perderam sua identidade. Ela relatou que, em um trabalho na escola, pediu que os alunos desenhassem a si mesmos. “A maioria se desenhou com cabelo liso e pele clara, mesmo os negros”, conta. A educadora lembrou que para realizar um trabalho de resgate de auto-estima é preciso ter modelos.
“São poucas as ocasiões em que um negro é apresentado como personagem principal. As crianças não têm uma referência porque só veem na televisão o estereótipo do cabelo liso, pele branca, muito magro. O obeso, o oriental e o negro saem do padrão. Isso numa criança e adolescente é muito grave”, aponta.
Outro fator que incentivou Noriko a escrever o livro foi uma pesquisa feita entre os professores. “Perguntamos qual o personagem negro que lembravam da época escolar. A maioria respondeu Saci-Pererê e Negrinho do Pastoreiro. Um só faz arte e o outro apanhou até morrer”, lembra.
O livro foi impresso pela editora Viena e editado pela Canal 6. Noriko contou com a colaboração de Antiella Carrijjo Ramos e Cristiane Biazoti. As ilustrações ficaram a cargo de João Catelhano. A Acogelc (Associação Companhia de Ginga, Esporte, Lazer e Cultura) foi quem bancou a ideia. O retorno financeiro deve vir com a venda dos livros.
“Nossa intenção é que o livro seja aplicado com crianças e adolescentes. Esperamos que haja interesse da secretaria da Educação em adquirir. Queremos que esta história surta efeito nos jovens”, afirmou a escritora.
Geraldina utilizou os conhecimentos da mãe (ex-escrava) e atuou como benzedera e parteira. “São profissões que hoje não existem mais. Com esses papeis, ela foi uma líder comunitária. É isso que queríamos mostrar, que a história de uma pessoa anônima também tem voz”, afirmou.
Ilustrações — O artista plástico santa-cruzense João Catelhano foi convocado para fazer os desenhos do livro. Ele conta que concluiu os desenhos em 15 dias. Para colorir, demorou mais dois meses. Castelhano buscou inspiração no texto de Noriko e nas histórias que ouviu de Geraldina para criar as ilustrações.
fonte: jornal DEBATE, retirado do site: http://www2.uol.com.br/debate/1551/cidade/cidade27.htm , acessado dia 21-01-2011
outra midia de Santa Cruz divulga o Livro: Santa Cruz na TV
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